Eu já tinha conhecimento da PISA, mas nunca tinha dado certo de fazer nenhuma viagem antes. Assim, foi com certa expectativa que decidi pegar aquele pacote de feriado prolongado para a Serra da Canastra.
No dia 10 de junho o céu estava como de costume em São Paulo: fechado e chuva leve.... fui dos primeiros a chegar ao metrô Vergueiro... travamos contato com várias pessoas do meu e de outros grupos também... com um pouco de atraso, apareceu nossa van e conhecemos nosso guia, Guilherme: um misto de juventude vibrante e ampla experiência em guiar... olhar franco, do tipo que transmite confiança o tempo todo... E contra todas as expectativas, prometendo transformar chuva em “uva”....
A viagem de ida foi como se esperaria, conosco tendo que sair da região central e enfrentando todo o caos da cidade grande... chegada já de manhãzinha a São Roque de Minas, para tentar algum cochilo antes do primeiro passeio...
Depois o primeiro de vários cafés da manhã gozando da tradicional hospitalidade mineira, conhecemos melhor o hotel de Da. Renilda, simpático e acolhedor.... depois, nosso roteiro leve, mas não moleza.... rumo às cachoeiras do Capão Forro, com saída à pé da cidade... daí, para o vale do Rio do Peixe e algumas “pedrinhas” pelo caminho.... mas tudo isso valeu pelas duas belas cachoeiras.... o céu estava nublado, mas para esse bando de paulistas (nativos e adotivos), com fome de natureza, um banho em suas águas “friazinhas” foi mais que benvindo.... a “cereja do bolo” foi nosso encontro com o Tamanduá bandeira, pena que ele não aceitou nosso convite para um chá, rsrsrs... depois... janta no “Zagaia” e dormir mais ou menos cedo... com uma breve passagem pela “night” de S. Roque.... afinal, era época de S. João!
O segundo dia também amanheceu nublado, mas isso foi mais para nossa sorte, pois esse deveria ser nosso passeio mais puxado.... saída de “van” (bem, na realidade foi mais é na Jabirusca, nossa simpática Rural Willys ’66) para o Parque nacional, com travessia da serra para ver a nascente do “Velho Chico” e a maravilhosa cachoeira “Casca D’Anta”, a segunda mais alta de Minas, por cima e por baixo.... trilha mais longa e um pouco difícil, com alguns arranhões, mas muito compensadora por um gostoso banho nas águas do S. Francisco.... volta já à noite, parando para ajudar alguns ciclistas retardatários..... depois, curtir um pouco mais a “night”... embora o povo não tenha se animado a ver o show do “DeeJay”, rsrsrs....
Para nosso espanto, o terceiro dia veio com “aquele” sol invernal, quando mais precisávamos... traslado em van para o passeio que considero o meu favorito, a cachoeira do Antonio Ricardo, ou, como o Guilherme gosta de dizer, para a “Terra do Nunca”.... uma maravilha, ou, como a Andréa, disse bem, “que bênção!” Só vendo para acreditar. Tivemos alguns trechos difíceis, mas que eram sempre vencidos com a ajuda de nossos guias... sim, é de um deles eu vou falar agora,... Elossandro.... vulgo “personal segurator tabajara”.... olhar e jeito tranqüilos de mineiro, sempre pronto a ajudar como ombro amigo e também como pé de apoio adicional, rsrsrs.... na volta da trilha, ao pé da serra, tivemos a felicidade de poder contar com a maravilhosa hospitalidade na casa de seu Dorico, Da. Maria e seu filho Odair... enquanto esperávamos pela oportunidade de ouro de parar para observar o céu da Canastra explodindo em uma miríade de estrelas.... Sem falar na palestra que tivemos acerca de um dos trabalhos mais importantes de conservação da vida selvagem na região: o “Projeto Pato Mergulhão”, da ONG “Terra Brasilis.”
O tempo passou voando, e já estávamos no domingo; ia ser um dia “light”, com visita a uma RPPN (reserva particular de proteção da natureza) para banho na Cachoeira do Cerradão... Uma trilha simpática e bem cuidada nos conduziu à bela queda, com diversas paradas para observar o bem feito trabalho de catalogação da flora local...
Feitas as malas (com alguma tristeza), pegamos estrada para a volta, mas ainda havia uma boa surpresa: para os mais “carnívoros”, tinha sido agendada uma parada em uma pousada num município vizinho, para o último almoço “tradicional mineiro”; o cardápio: Porco na Lata!! Sobre o porco não sei (sou vegê...), mas os acompanhamentos, como as saladas e a mandioca estavam divinos!! E foi assim que seguimos viagem de retorno a esta Sampa....
Agora de volta, gostaria antes de tudo de agradecer à PISA pela iniciativa de organizar tão belos passeios e também aos meus queridos companheiros de viagem: Yves, Andréa, Érika, Cida, e Chris... gente, vocês são 10!!! A nossos guias, Guilherme e Elossandro, pela dedicação total que tiveram ao grupo e pelo alto grau de profissionalismo... Guilherme, você estava certo quando disse que a PISA era uma família; foi assim que me senti o tempo todo; estou certo que cada um dos membros do grupo também sentiu o mesmo...
E, por último, gostaria de relembrar as palavras de um dos mais simpáticos nativos da Canastra, “Seu” Chico Chaves, dizendo que todo aquele que vai lá e bebe daquelas águas acaba voltando, mais cedo ou mais tarde... no nosso caso, espero que isso seja mais cedo... Então, gratíssimo e até a próxima!!
André Souza
São Paulo - SP